ESCOLA
DE EDUCAÇÃO BÁSICA SÃO SEBASTIÃO
PLANO
DE ENSINO
TURMA:SAEDE
MISTO
PROFESSORA:ÉDINA
DE FATIMA BRISOLA FALIGUSKI
DIRETOR:
JAIR ECKER
ASSISTENTE
TÉCNICA PEDAGÓGICA: CLARICE TEREZINHA IMHOFF
SÃO
MIGUEL DO OESTE, FEVEREIRO DE 2013.
INTRODUÇÃO
O
Serviço de Atendimento Educacional Especializado – SAEDE MISTO
atende alunos que frequentam o ensino regular na rede estadual e
municipal
de ensino. O atendimento é itinerante,onde o professor vai até a
escola do aluno no período oposto ao ensino regular, com base no
artigo 11 da resolução Nº 112/2006.
O Saede misto visa atender
alunos com deficiência intelectual e múltiplas, trasntorno Invasivo
do desenvolvimento, deficiência auditiva, visual e altas
habilidades, segundo resolução 112 CEE/06.
Tem por objetivo qualificar
as funções psicológica superiores do educando, para o
denvolvimento de sua estrutura cognitiva, mediante investigação de
estratégias pedagógicas que possibilitem avanços no seu processo
de aprendizagem.Estruturar e qualificar o pensamento, o conhecimento
– relação signos e significados.Oportunizar aos educandos com
baixa visão estimulação sensório-visual, para que os mesmos
possam desenvolver com maior destreza o manuseio de objetos e
discriminação de detalhes.
O atendimento é realizado em grupo e
indivídual conforme a necessidade do aluno.
O Saede se caracteriza como
espaço de investigação e produção de alternativas pedagógicas
voltadas à qualificação do processo ensino aprendizagem, sendo
este um atendimento com objetivos, metas e procedimentos educacionais
diferenciados do ensino regular, onde se trabalha a elaboração dos
conceitos e a estrutura do pensamento segundo a proposta de Vygotsky.
DIAGNÓSTICO DA TURMA
O Saede misto tem vínculo
com a Escola de Educação Básica São Sebastião onde o
atendimento é itinerante na Escola de Educação Básica São João
Batista e 20 horas na Escola de Educação Básica Professor Jaldyr
Bhering Faustino da Silva.
È formada por 11 alunos, sendo 04
meninas e 07 meninos com idades entre 06 e 18 anos.
Os diagnósticos dos alunos são de
deficiência intelectual, baixa visão e transtorno de déficit de
atenção e hiperatividade (TDAH). Todos se comunicam oralmente, com
relação ás atividades de vida diária e prática, alguns
necessitam de supervisão, outros de mediação e ainda outros são
independentes.
Devido ás diferenças de
habilidades e dificuldades entre os alunos é necessário utilizar-se
de diversas metodologias para a apropriação dos conceitos a serem
trabalhados.
Em relação ás atividades
de leitura e escrita estão nas mais diversas fases, leitura com
dificuldades, reconhecimento de letras, sílabas e letras do nome,
uso de rabiscos e somente cópias. Os alunos com baixa visão estão
na fase de alfabetização e um destes alunos apresenta dificuldades
de coordenação motora fina.
OBJETIVO
Investigar e desenvolver
estratégias pedagógicas que possibilitem a organização da
estrutura do pensamento do educando com deficiência intelectual e
múltipla, auditiva e visual, qualificando as funções psicológicas
superiores para o desenvolvimento de sua estrutura cognitiva,
possibilitando avanços significativos no processo de aprendizagem,
podendo elaborar e reelaborar todo conhecimento.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Pesquisar, desenvolver e efetuar estratégias pedagógicas que possibilitem a elaboração conceitual;
- Orientar, assessorar e acompanhar os professores do ensino regular;
- Orientar a família em todos os aspectos para que os mesmos consigam entender como acontece a inclusão compreendendo as possibilidades que a mesma oferece a seu filho;
- Perceber semelhanças e diferenças entre objetos no espaço, identificando suas formas, em situações que envolvam descrições orais, construções e representações;
- Reconhecer grandezas como comprimento, altura e quantidade;
- Desenvolver habilidades de orientação espacial;
- Realizar o pareamento de figuras idênticas, organizar a seriação de figuras e estabelecer as comparações pertinentes;
- Reconhecer, diferenciar e classificar objetos de um dado universo em grupos ou categorias com um propósito específico (categorização);
- Explorar a análise para atingir a síntese;
- Distinguir entre figuras e objetos a que fazem parte do mesmo grupo (classificação);
- Realizar atividades que contemplam o desenvolvimento do aluno, visando a integração no contexto social;
- Oportunizar aos educandos com baixa visão, objetos diversos para manuseio a fim de desenvolver maior destreza e discriminação de detalhes;
- Favorecer melhor desempenho visual através da colagem e pinturas de cores contrastantes;
- Exercitar a discriminação de detalhes através da leitura, histórias, montagens e ordenação de cenas;
- Relacionar o uso e funções dos objetos atrvés do reconhecimento visual ou tatil;
- Diferenciar texturas: liso, áspero....;
- Relatar assuntos do dia a dia organizando o pensamento, formando textos informativos dos assuntos do cotidiano;
- Desenvolver hábitos de higiene pessoal, cuidados com o corpo e a mente;
- Ampliar o vocabulário por meio da leitura;
- Resolver cálculos matemáticos com ludicidade;
JUSTIFICATIVA
Considerando que o
atendimento do Saede enfatiza as necessidades de cada educando,
objetiva-se que os alunos contextualizem e formem conceitos
essenciais que ao serem trabalhados proporcionem o desenvolvimento
das funções psicológicas superiores (FPS). As FPS são operações
psicológicas qualitativamente novas e mais elevadas, como por
exemplo: linguagem, pensamento verbal, memória seletiva, atenção
focalizada, imaginação criativa e percepção categorial, que fazem
parte da linha do desenvolvimento cultural, ou seja, refere-se aos
processos sociais, pois os alunos com escolarização, atividade
mental e desenvolvimento cognitivo internalizam os conceitos
propostos no currículo escolar.
Vygotsky (1997) pontua que “a
organização e a estruturação das formas superiores de atividade
psíquica estão implicadas com meio social do aluno...” então
para que os professores possibilitem a formação ou ampliação da
FPS nos alunos, destaca-se a elaboração conceitual. Segundo Fontana
(1993) a elaboração conceitual é um modo culturalmente
desenvolvido dos indivíduos refletirem cognitivamente suas
experiências. Tal elaboração resulta de um processo de análise
(abstração) e síntese (generalização) dos dados sensoriais, que
é medido pela palavra e nela materializado.
Como processo psicológico
históricamente determinado e culturalmente organizado, a elaboração
conceitual não se desenvolve naturalmente. Ela é aprendida e
objtivada nas condições reais da interação nas diferentes
instituições humanas. O atendimento educacional especializado
realizado nos moldes de treinamento e da adaptação, reforça a
condição de deficiência destes educandos, utilizando-se somente de
funções cognitivas elementares, como: memória, imitação...
através do concreto. Tem-se certeza que é necessário extrapolar,
saindo do concreto para o abstrato e para as funções cognitivas
superiores.
Considerando que as FPS e a
elaboração conceitual são mecanismos para os alunos com
deficiência intelectual e múltipla de apropriarem dos
conhecimentos, os professores mediadores deverão dar condições de
os educandos passarem de uma ação automática e mecânica diante de
uma situação de aprendizagem, para outro movimento que é o de
relacionar e se apropriar dos conhecimentos, atuando intelectualmente
e elaborando-os conceitualmente, oferecendo assim subsídios para a
aprendizagem.
CONCEITOS
ESSENCIAIS A SEREM TRABALHADOS
Afetividade como forma de interação,
interação social, ludicidade, autonomia, diferentes formas de
linguagem, concentração, atenção, memória, organização,
análise e síntese, classificação, comparação, orientação
espacial e temporal, resolução de problemas e textualidade e
leituras diversas, situações problemas, além de buscar o
desenvolvimento dos processos mentais superiores.
METODOLOGIA
Na
turma do Saede misto utilizar-se-á de diversos meios para que ocorra
a aprendizagem de conhecimentos sistematizados, como materiais
linguisticos, matemáticos, letras de diferentes tamanhos, formas e
espessuras, jogos de encaixe, de memória, cruzadinhas,
caça-palavras, brincadeiras, atividades de seriação e
classificação, leitura de diversos textos e livros, objetos de
diferentes texturas para manusear (alunos baixa visão), recursos
tecnológicos e audiovisuais.
Trabalha-se também com conceitos
cotidianos ( não se utiliza meios especiais de conhecimento, mas sim
dos próprios meios de vida) para a elaboração do pensamento.
Define-se o objetivo, as metas e os
procedimentos educacionais, partindo de observações, pesquisas e
desenvolvendo estratégias pedagógicas que possibilitem a elaboração
conceitual do pensamento no educando, sendo que esses procedimentos
estarão descritos no caderno de planejamento. Precisa-se de diversos
métodos e estes muito específicos para atender as necessidades
particulares de cada educando. Por meio de planejamento semanal,
quinzenal ou mensal buscar-se-á desenvolver questionamentos a partir
de diálogos, conversações, recursos audiovisuais, figuras,
painéis, pesquisas, trabalhos em grupo ( quando necessário),
situações reais e vivenciadas, entre outras que forem necessárias
para desenvolver as atividades propostas.
O
atendimento no Saede se dá por grupos de até cinco alunos, duas
vezes por semana, sendo priorizado 90 minutos de atendimento
pedagógico sem interrupção. Alguns alunos permanecem no espaço
escolar pois dependem de transporte escolar.
RECURSOS
Humanos:
professor, aluno, pais;
Materiais:
livros, revistas, jogos diversos e adaptados, lápis, massa de
modelar, cadernos, tinta, tesoura,cartolina, instrumentos musicais,
EVA entre outros;
Audiovisuais: DVD, CD, computadores;
AVALIAÇÃO
A
avaliação na perspectiva sócio-histórica é constituída no
processo ensino aprendizagem enfocando as possibilidades dos
educandos nas diferentes formas de aprendizagem, sendo o professor o
mediador.
A
avaliação no processo ensino-aprendizagem acontece de forma
contínua, descritiva, orientadora, funcional, sistemática e
integral, tendo um caráter intencional onde possa qualificar a
aprendizagem identificando problemas e procurando alternativas
pedagógicas de intervenção para que aconteça a elaboração
conceitual do pensamento, respeitando as possibilidades de cada
educando.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
OEFELMANN,H.
RENK, Célia Diva. Elaboração Conceitua: Um caminho para a Educação
de alunos com histórico de deficiência mental. Ano 2000.
FONTANA,
Roseli A. Cação. Mediação Pedagógica na sala de aula.
Campinas/SP. Autores associados, 2000.
VYGOTSKI,
L. S. Obras Exogidas V. Fundamentos de Defectologia. Madrid: Visor.
SANTA
CATARINA. Política de Educação Especial de Santa Catarina. 2005.
Proposta
Curricular de Santa Catarina. 2005.
Diretrizes
3: Organização da prática escolar na educação básica: conceitos
científicos essenciais e habilidades. Florianópolis. 2001.
Apostilas
recebidas em curso de capacitação oferecidos pela Gerência
Regional de Educação de São Miguel do Oeste, SC.
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